terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Visita à Biblioteca Almeida Garrett

Visita que as turmas A e B do 4º ano da escola EB1 de Feira Nova efectuaram , no dia 11 de Fevereiro, aos jardins do Palácio de Cristal, no Porto,e à Biblioteca Municipal Almeida Garrett onde tiveram a oportunidade de se inteirarem sobre as fases de tratamento do livro usado e deteriorado e também do novo. Neste, entusiasmou-os particularmente "o segredo" que lhes foi revelado e que consiste na colocação da banda magnética, contra furtos! No workshop, foi entusiasmante o contacto com a escritora Regina Gouveia, que além de ler poemas da sua autoria, também fez algumas experiências relacionadas com a temática dos poemas.
Uma tarde bem passada quer na Biblioteca quer nos jardins do Palácio de onde se podem admirar soberbas paisagens sobre o nosso rio Douro!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O Carnaval no Rio

O carnaval brasileiro tem origens europeias através do Entrudo (do latim intoitus, que significa entrada) que marca a entrada da Quaresma. O Entrudo consiste em lançar água sobre outra pessoa. Esta festa estava na base dum ritual de purificação mas, com o tempo, tornou-se violento: diversos objectos( tinta, frutos podres etc…) eram lançados pelos transeuntes, provocando mortos (principalmente por causa das infecções). O Entrudo foi proibido em 1856 no Rio de Janeiro, mas continuou a existir clandestinamente. No fim do século XIX, os Cordões aparecem na Cidade Maravilhosa. Trata-se de pequenos grupos que deambulam nas ruas da cidade, dançando e tocando música. Estes cordões são os antepassados das Escolas de Samba modernas. Em 1899, a primeira música composta exclusivamente para o Carnaval foi “Ô abre alas” de Chiquinha Gonzaga.Hoje em dia esta grande festa atrai milhares de turistas entre os quais muitos portugueses!

Aproveitamos este espaço para dizer um obrigado aos brasileiros que nos visitam e mandar-lhes aquele abraço.

Carnaval de Veneza

O Carnaval de Veneza

O Carnaval de Veneza apareceu durante a Renascença. Dura uma semana entre meados de Fevereiro e princípios de Março. Depois de ter desaparecido durante a Ocupação Austríaca, ressuscitou mais vivo que nunca em 1978. Muitos turistas divertem-se disfarçando-se com simples máscaras brancas adornadas de plumas e brilhantes até aos sumptuosos disfarces executados por grandes especialistas. O Carnaval permitia a numerosas pessoas evadirem-se dos constrangimentos sociais e o anonimato estava na origem de muitos flirts e de muitas fantasias.
Os turistas do Carnaval de Veneza invadem a cidade e frequentam as animações musicais em cada esquina das ruas…

Carnaval de Nice

O Carnaval de Nice

O carnaval de Nice cuja tradição remonta ao século XIII é a festa em que foram inventados os confettis.
A partir de 1830, o lançamento de projécteis (bomboms, drageias, rebuçados…)tornou-se uma das actividades favoritas dos foliões. O aparecimento de projecteis em plasticina torna este “desporto” muito próximo de um desporto de combate ao qual não se renuncia facilmente. Foi preciso passar bastante tempo para que os confettis em papel aparecessem e substituíssem os objectos de arremesso que faziam mal.
Este Carnaval caracteriza-se pela invenção de personagens bem específicas:
La Ratapignata ( ratazana) uma representação invertida da águia, símbolo de Nice e do seu Condado. Simboliza o regresso da Primavera.
Le Babaou, dragão com formas monstruosas, sai do Paillon no mês de fevereiro para se associar ao cortejo e regressa ao rio no final da festa.
Le Paillassson, espantalho em tecido e palha que se atira ao ar e se recupera numa manta estendida.



O Carnaval Transmontano

São muitas e diversificadas as manifestações carnavalescas por todo o país. Há-as importadas, que nada têm a ver com o nosso clima, nesta altura do ano, nem com a nossa cultura. Porém, há também as autênticas, fruto da tradição popular e daqueles que se empenham em preservar o nosso património. Na região transmontana, chegado o Mês de Fevereiro, os homens envergam os trajes coloridos (elaborados com colchas franjadas de lã ou de linho, em teares caseiros) escondem a cabeça dentro de uma máscara de lata, prendem uma enfiada de chocalhos à cintura e bandoleiras de campainhas e dispendem toda a energia do mundo para assinalar o calor e os dias maiores que se prestem a chegar. Se quiseres saber mais sobre esta manifestação carnavalesca consulta o sítio oficial dos Caretos transmontanos aqui  http://caretosdepodence.no.sapo.pt/tradicao.html

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Amor é...


Amor é...

...gostar de trocar sms com aquele rapaz!
...passar a mão pelo pêlo do meu cão!
...dar rosas perfumadas do jardim!
...desenhar um coração na areia!
...olhar as estrelas à noite antes de dormir!
...comer batatas fritas, fritas pela minha mãe!
...dar um beijinho com sabor a morango!
...colher uma flor e pô-la no cabelo da minha mãe!
...olhar para as estrelas e pedir que a minha mãe dure muito, muito tempo!

Trabalho realizado pelos alunos da professora Fátima Silva da EB1/JI de Fonteleite, em colaboração com a prof. bibliotecária Otília

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Álvaro de Magalhães "levou" os alunos do 3º ano da EB1 de Quereledo ao "Circo das Palavras Voadoras"

Depois de terem lido a obra "O Circo das Palavras Voadoras" do autor Álvaro Magalhães, com a professora Fátima Carvalho, os alunos da turma do 3º ano da EB1 de Quereledo preencheram uma ficha de leitura e ilustraram o momento da história de que mais gostaram, em mais uma actividade realizada em colaboração com a professora bibliotecária, Ana Isabel Ribeiro. Aqui ficam os trabalhos produzidos por pequenos grandes artistas...


sábado, 6 de fevereiro de 2010

Rosas para Rosa Lobato Faria

Escritora falecida no dia 2 deste mês
AutobiografiaQuando eu era pequena havia um mistério chamado Infância. Nunca tínhamos ouvido falar de coisas aberrantes como educação sexual, política e pedofilia. Vivíamos num mundo mágico de princesas imaginárias, príncipes encantados e animais que falavam. A pior pessoa que conhecíamos era a Bruxa da Branca de Neve. Fazíamos hospitais para as formigas onde as camas eram folhinhas de oliveira e não comíamos à mesa com os adultos. Isto poupava-nos a conversas enfadonhas e incompreensíveis, a milhas do nosso mundo tão outro, e deixava-nos livres para projectos essenciais, como ir ver oscilar os agriões nos regatos e fazer colares e brincos de cerejas. Baptizávamos as árvores, passeávamos de burro, fabricávamos grinaldas de flores do campo. Fazíamos quadras ao desafio, inventávamos palavras e entoávamos melodias nunca aprendidas.
Na Infância as escolas ainda não tinham fechado. Ensinavam-nos coisas inúteis como as regras da sintaxe e da ortografia, coisas traumáticas como sujeitos, predicados e complementos directos, coisas imbecis como verbos e tabuadas. Tinham a infeliz ideia de nos ensinar a pensar e a surpreendente mania de acreditar que isso era bom. Não batíamos na professora, levávamos-lhe flores.
E depois ainda havia infância para perceber o aroma do suco das maçãs trincadas com dentes novos, um rasto de hortelã nos aventais, a angústia de esperar o nascer do sol sem ter a certeza de que viria(não fosse a ousadia dos pássaros só visíveis na luz indecisa da aurora), a beleza das cantigas límpidas das camponesas, o fulgor das papoilas. E havia a praia, o mar, as bolas de Berlim. (As bolas de Berlim são uma espécie de ex-libris da Infância e nunca mais na vida houve fosse o que fosse que nos soubesse tão bem).
Aos quatro anos aprendi a ler; aos seis fazia versos, aos nove ensinaram-me inglês e pude alargar o âmbito das minhas leituras infantis. Aos treze fui, interna, para o Colégio. Ali havia muitas raparigas que cheiravam a pão, escreviam cartas às escondidas, e sonhavam com os filmes que viam nas férias. Tínhamos a certeza de que o Tyrone Power havia de vir buscar-nos, com os seus olhos morenos, depois de nos ter visto fazer uma entrada espampanante no salão de baile onde o Fred Astaire já nos teria escolhido para seu par ideal.
Chamava-se a isto Adolescência, as formas cresciam-nos como as necessidades do espírito, música, leitura, poesia, para mim sobretudo literatura, história universal, história de arte, descobrimentos e o Camões a contar aquilo tudo, e as professoras a dizerem, aplica-te, menina, que vais ser escritora.
Eram aulas gloriosas, em que a espuma do mar entrava pela janela, a música da poesia medieval ressoava nas paredes cheias de sol, ay eu coitada, como vivo em gran cuidado, e ay flores, se sabedes novas, vai-las lavar alva, e o rio corria entre as carteiras e nele molhávamos os pés e as almas.
Além de tudo isto, que sorte, ainda havia tremas e acentos graves. Mas também tínhamos a célebre aula de Economia Doméstica de onde saíamos com a sensação de que a mulher era uma merdinha frágil, sem vontade própria, sempre a obedecer ao marido, fraca de espírito que não de corpo, pois, tendo passado o dia inteiro a esfregar o chão com palha de aço, a espalhar cera, a puxar-lhe o lustro, mal ouvia a chave na porta havia de apresentar-se ao macho milagrosamente fresca, vestida de Doris Day, a mesa posta, o jantarinho rescendente, e nem uma unha partida, nem um cabelo desalinhado, lá-lá-lá, chegaste, meu amor, que felicidade! (A professora era uma solteirona, mais sonhadora do que nós, que sabia todas as receitas do mundo para tirar todas as nódoas do mundo e os melhores truques para arear os tachos de cobre que ninguém tinha na vida real).
Mas o que sabíamos nós da vida real? Aos 17 anos entrei para a Faculdade sem fazer a mínima ideia do que isso fosse. Aos 19 casei-me, ainda completamente em branco (e não me refiro só à cor do vestido).Só seis anos, três filhos e centenas de livros mais tarde é que resolvi arrumar os meus valores como quem arruma um guarda-vestidos. Isto não, isto não se usa, isto não gosto, isto sim, isto seguramente, isto talvez. Os preconceitos foram os primeiros a desandar, assim como todos os itens que à pergunta porquê só me tinham respondido porque sim, ou, pior, porque sempre foi assim. E eu, tumba, lixo, se sempre foi assim é altura de deixar de ser e começar a abrir caminho às gerações futuras (ainda não sabia que entre os meus 12 netos se contariam nove mulheres). Ouvi ontem uma jovem a dizer, a revolução que nós fizemos nos últimos anos. Não meu amor: a revolução que NÓS fizemos nos últimos 50 anos. Mas não interessa quem fez o quê. É preciso é que tenha sido feito. E que seja feito. E eu fiz tudo, quando ainda não era suposto. Quando descobri que ser livre era acreditar em mim própria, nos meus poucos, mas bons, valores pessoais.
Depois foram as circunstâncias da vida. A alegria de mais um filho, erros, acertos, disparates, generosidades, ingenuidades, tudo muito bom para aprender alguma coisa. Tudo muito bom. Aprender é a palavra chave e dou por mal empregue o dia em que não aprendo nada. Ainda espero ter tempo de aprender muita coisa, agora que decidi que a Bíblia é uma metáfora da vida humana e posso glosar essa descoberta até, praticamente, ao infinito.
Pois é. Eu achava, pobre de mim, que era poetisa. Ainda não sabia que estava só a tirar apontamentos para o que havia de fazer mais tarde. A ganhar intimidade, cumplicidade com as palavras. Também escrevia crónicas e contos e recados à mulher-a-dias. E de repente, aos 63 anos, renasci. Cresceu-me uma alma de romancista e vá de escrever dez romances em 12 anos, mais um livro de contos (Os Linhos da Avó) e sete ou oito livros infantis. (Esta não é a minha área, mas não sei porquê, pedem-me livros infantis. Ainda não escrevi nenhum que me procurasse como acontece com os romances para adultos, que vêm de noite ou quando vou no comboio e se me insinuam nos interstícios do cérebro, e me atiram para outra dimensão e me fazem sorrir por dentro o tempo todo e me tornam mais disponível, mais alegre, mais nova).
Isto da idade também tem a sua graça. Por fora, realmente, nota-se muito. Mas eu pouco olho para o espelho e esqueço-me dessa história da imagem. Quando estou em processo criativo sinto-me bonita. É como se tivesse luzinhas na cabeça. Há 45 anos, com aquela soberba muito feminina, costumava dizer que o meu espelho eram os olhos dos homens.
Agora são os olhos dos meus leitores, sem distinção de sexo, raça, idade ou religião. É um progresso enorme.
Se isto fosse uma autobiografia teria que dizer que, perto dos 30, comecei a dizer poesia na televisão e pelos 40 e tais pus-me a fazer umas maluqueiras em novelas, séries, etc. Também escrevi algumas destas coisas e daqui senti-me tentada a escrever para o palco, que é uma das coisas mais consoladoras que existem (outra pessoa diria gratificantes, mas eu, não sei porquê, embirro com essa palavra). Não há nada mais bonito do que ver as nossas palavras ganharem vida, e sangue, e alma, pela voz e pelo corpo e pela inteligência dos actores. Adoro actores. Mas não me atrevo a fazer teatro porque não aprendi.
Que mais? Ah, as cantigas. Já escrevi mais de mil e 500 e é uma das coisas mais divertidas que me aconteceu. Ouvir a música e perceber o que é que lá vem escrito, porque a melodia, como o vento, tem uma alma e é preciso descobrir o que ela esconde. Depois é uma lotaria. Ou me cantam maravilhosamente bem ou tristemente mal. Mas há que arriscar e, no fundo, é só uma cantiga. Irrelevante.
Se isto fosse uma autobiografia teria muitas outras coisas para contar. Mas não conto. Primeiro, porque não quero. Segundo, porque só me dão este espaço que, para 75 anos de vida, convenhamos, não é excessivo.
Encontramo-nos no meu próximo romance.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

AUTOR DO MÊS - ÁLVARO MAGALHÃES

Este mês o autor escolhido foi  o Álvaro Magalhães.
Aqui ficam algumas notas biobibliogáficas deste escritor de que poderás encontrar vários títulos na tua BE "Casa de Aprender"...

Álvaro Magalhães nasceu no Porto, em 1951. Começou por publicar poesia no início dos anos 80 e, em 1982, publicou o seu primeiro livro para crianças, intitulado “História com muitas Letras”. Desde então construiu uma obra singular e diversificada, que conta actualmente com mais de três dezenas de títulos e integra contos, poesia, narrativas juvenis e textos dramáticos. As suas obras para a infância, onde reina a força do imaginário e da palavra, são o produto de uma sensibilidade espiritualizada que reivindica a totalidade mágica da existência e apelam permanentemente à imaginação e ao sonho, não como formas de escapismo mas como factores poderosos de modelação do ser.

Mais recentemente, acrescentou à sua obra a série Triângulo Jota de narrativas de mistério e indagação, sendo considerado “o primeiro a conseguir reformular e enriquecer, com sucesso, os modelos conhecidos”.

Actualmente com 16 títulos, a Triângulo Jota cativou já perto de um milhão de leitores. Embora a acção dessas histórias seja por vezes vertiginosa, constitui-se como palco para o teatro dos sentimentos. As personagens, expurgadas de infantilidades e artificialismo, são construídas a partir do espaço e do tempo da sua consciência e não pela sua esfera de acção, o que as torna reconhecíveis. A perfeição estrutural dos enredos, um uso peculiar do fantástico e uma “visualidade” quase cinematográfica são algumas das qualidades dessas e de outras obras narrativas do autor.
Considerado um dos mais importantes escritores da sua geração, pela originalidade e singular irreverência da sua obra, Álvaro Magalhães foi várias vezes premiado pela Associação Portuguesa de Escritores e pelo Ministério da Cultura, logo desde o início da sua carreira literária.

Recentemente, integrou a delegação portuguesa ao Salão do Livro de Genebra de 2001, em que Portugal foi convidado de Honra. Neste mesmo ano, o título Hipopóptimos – Uma História de Amor foi seleccionado para integrar o Projecto BARFIE (Books and Reading For Intercultural Education), que visa a construção de uma biblioteca europeia composta por obras de reconhecida importância para a promoção da educação intercultural.

Os Prémios


- Cinco dos seus livros para crianças ("História com Muitas Letras", "O Menino Chamado Menino", "Isto é que foi Ser!", "Histórias Pequenas de Bichos Pequenos" e "O Homem que não Queria Sonhar e outras Histórias") foram premiados pela Associação Portuguesa de Escritores e Ministério da Cultura, em cinco anos consecutivos, entre 1981 e 1985.


- Menção Honrosa no Prémio Nacional de Ilustração 2000 para o livro "O Limpa-Palavras e outros Poemas" (ilustrado por Danuta Wojciechowska).

- Nomeado para a Lista de Honra do IBBY (International Board on Books For Young People) em 2002, com "O Limpa-Palavras e outros Poemas".


- Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens 2002 (modalidade de texto literário) para o livro "Hipopóptimos – Uma História de Amor".